O metaverso industrial oferece oportunidades significantes para a indústria automotiva, revolucionando potencialmente as colaborações entre especialistas, compartilhando projetos de engenharia, produzindo economias consideráveis. Mas transformar esse conceito em realidade requer as tecnologias corretas. Checamos os desafios que devem ser superados, as soluções, e suas numerosas vantagens.
A indústria automotiva está sobre pressão para reduzir seus impactos ambientais, mudando para a produção de veículos elétricos, e abraçar a digitalização – tudo isso enquanto continua a gerar lucros. E o metaverso industrial pode oferecer múltiplas oportunidades que contribuem com esses objetivos.
O propósito do metaverso industrial é criar uma versão digital da realidade com extensa conectividade que possibilita níveis inigualáveis de colaboração entre especialistas, otimizando negócios e processos de engenharia para garantir que é possível no mundo real.
Quando usado nos estágios de planejamento da construção ou projetos de atualização, ter acesso abrangente a um conjunto de dados espaciais pode fornecer grande precisão na modelagem computacional para economizar tempo, energia e despesas. Além disso, muitas visitas para inspeção e planejamento em locais físicos podem ser realizadas de forma virtual e remota, reduzindo a necessidade de viagem de negócios.
No entanto, apesar de toda a empolgação em torno do metaverso, mais desenvolvimentos são necessários. Estabelecer o metaverso industrial exigirá múltiplas tecnologias, todas trabalhando na mesma direção, ao invés de depender de uma única marca ou plataforma.
O progresso já está em andamento no que diz respeito ao fornecimento de ambientes imersivos que podem otimizar a produtividade, com blocos de construções sendo desenvolvidos para a criação de ambientes virtuais abrangentes. Essencialmente o conceito é uma extensão dos gêmeos digitais existentes e a interconectividade da Internet das Coisas – apenas em uma escala mais ampla. Embora já exista grande parte da tecnologia para criar o metaverso, ele geralmente é fragmentado entre diferentes plataformas, deixando-a segmentada.
A necessidade de interoperabilidade no metaverso industrial
Com as empresas automotivas buscando adaptar suas linhas de produção ou construir áreas novas para a fabricação de baterias, redesenhar uma nova instalação em um ambiente virtual oferece muitas vantagens. Mas planos devem ser baseados na física do mundo real e em dados precisos para garantir o alinhamento correto entre os espações virtual e o físico.
No entanto o metaverso exigirá várias plataformas e soluções interagindo entre si, enquanto também oferecem facilidade de uso para quem o acessa. Com a interoperabilidade essencial, é vital superar os desafios com diferentes conjuntos de dados e softwares separados de profissionais que trabalham com diferentes disciplinas no mesmo projeto.
“Temos diferentes disciplinas que trabalham com o mesmo conjunto de dados, como arquitetos, gerentes de instalação, gerente de construção, ou planejadores de fábrica. Para adicionar mais complexidade, todos eles trabalham em diferentes softwares”, explica Gerog Schroth, CTO e Cofundador da NaVis – líder global em tecnologias avançadas para captura da realidade e fábricas digitais. “Então, o problema é que eles não sabem o que as outras partes estão fazendo.”
Para resolver isso, a empresa de tecnologia NVIDIA lançou a plataforma Omniverse baseada na tecnologia Universe Scene Description (USD), usada originalmente pelo estúdio de animação Pixar para a produção de seus filmes. O USD permite que equipes de diferentes disciplinas trabalhem em um fluxo sincronizado, permitindo que todos acompanhem no que os colegas ou parceiros estão trabalhando e saibam quais atualizações foram feitas – semelhantes às edições feitas em documentos compartilhados do Google ou da Microsoft. Essas capacidades têm um apelo considerável na indústria automotiva, com a BWM anunciando recentemente que está usando a plataforma da NVIDIA.
“Muitos dos nossos clientes estão implementando o Omniverse para cobrir todos esses conjuntos. E a NavVis vem para fornecer as-built detalhado de suas instalações”, pontua Felix Reinshagen, CEO e Cofundador da NavVis.
Também em parceria com a BMW, a NavVis está colaborando com o NVIDIA Omniverse no compartilhamento em larga escala dos dados de captura da realidade nas fábricas automotivas. NavVis VLX é um dispositivo de mapeamento móvel que não somente captura extensíveis dados espaciais das instalações em alguns segundos usando sensores LIDAR, mas também captura imagens panorâmicas 360° em alta definição para entregar a representação digital completa.
Imagens digitais e dados espaciais podem ser enviados e compartilhados via nuvem, que são acessadas instantaneamente por quem precisa delas. Quando combinado com a plataforma NavVis IVION, usuários podem navegar virtualmente pelas instalações, de forma similar à funcionalidade do Google Street View. Além disso, NavVis se descreve como “software agnóstico”, isso significa que a interoperabilidade entre plataformas e softwares de diferentes desenvolvedores é incentivada para outros processos, como design, modelagem e simulação auxiliada por computadores.
A importância da captura da realidade e repetição do escaneamento
Embora seja projetar ambientes virtuais fantásticos, a conexão com o mundo real é fundamental para o sucesso de qualquer metaverso industrial. Quanto maior o detalhamento da captura da realidade nos ambientes de trabalho, maior a credibilidade e as oportunidades de casos de uso entre profissionais da indústria.
Com a necessidade de criar ambientes foto realísticos e imersivos, a combinação das tecnologias de captura da realidade, como as fornecidas pela NavVIs, e plataformas interoperacionais, como o NVIDIA Ominiverse, podem se tornar, efetivamente, a base de qualquer metaverso industrial em um espaço de tempo muito curto. Uma outra dimensão pode ser adicionada quando usada em conjunto com tecnologias de realidade virtual ou aumentada.
Do ponto de vista do planejamento da fábrica, essa plataforma digital permite menores custos de mudança na implementação da fábrica, trabalho mais eficiente dos planejadores e melhor planejamento de alternativas digitais antes que as especificações sejam criadas para o mundo real.
“O planejamento obviamente funciona melhor em um mundo digital onde você pode iterar mais rapidamente. Isso elimina a necessidade de realizar testes físicos, onde muitas vezes é preciso repetir os testes do zero quando existe algum problema”, acrescenta Schroth.
No entanto, para otimizar a tecnologia, é crucial manter as fábricas digitais atualizadas com base nos dados mais recentes. Embora o mapeamento móvel seja uma atualização significativa nos planos de construção de papel 2D, é, em última análise, algo instantâneo que pode rapidamente se tornar desatualizado em ambientes de rápidas mudanças, como a indústria automotiva. Mudanças ou acréscimos em uma instalação de produção podem impactar os dados espaciais e fazer uma diferença
significativa no planejamento de futuras mudanças em grande escala. É aqui que entra a “redigitalização”.
“A tecnologia sincroniza o mundo físico e o digital, tornando o mundo digital validado e relevante”, explica Reinshagen. “Garantir que os mundos digital e físico sejam combinados é um requisito absoluto e peça fundamental do quebra-cabeça. Para fazer isso, você precisa não apenas digitalizar, mas também digitalizar continuamente ou “redigitalizar” para manter seus dados atualizados.”
Com o NavVis VLX, um novo escaneamento pode ser realizado rapidamente por um humano ou um robô automatizado, com os dados que podem ser acessados imediatamente. “O NavVis está resolvendo o problema de manter os dados espaciais sincronizados com a realidade física real”, acrescenta Reinshagen. “Fornecer uma versão digital do mundo real nos aproxima muito da realidade futura do metaverso.”
Site oficial fabricante NavVis https://www.navvis.com/