A Estação Total Série PS, da Topcon, está sendo usada, com sucesso, pela Suffolk, empresa de construção civil que gerencia a obra da gigantesca estação Miami Central, avaliada em mais de US$ 250 milhões.
Embora a maioria dos envolvidos em um processo de construção civil se beneficie do BIM – Building Information Modeling, empreiteiros e gerentes de construção são os que obtém o máximo com a sua implementação. O BIM é projetado para ajudá-los a gerenciar com mais eficiência a enorme quantidade e diversidade de informações produzidas durante uma obra – desde o início, na viabilidade do plano, passando pelo projeto e pelas várias fases da construção, até chegar na sua finalização, ou seja, a operação.
Com a ajuda de uma Estação Total Série PS, da Topcon, representada no Brasil pela Embratop, a Suffolk Construction, empresa de construção civil com ampla experiência na tecnologia BIM, tem aplicado este método em um dos mais ambiciosos empreendimentos de transporte do sudeste dos EUA.
Enormes desafios
Especialistas em projetos de larga escala não se surpreenderam quando a Suffolk Construction ganhou a concorrência para supervisionar a construção do principal projeto do plano “All Aboard Florida – AAF”, com um investimento de US$ 2,5 bilhões e que vai fornecer serviços ferroviários de alta velocidade entre Miami e Orlando. A Suffolk gerencia a construção da gigantesca estação Miami Central, avaliada em mais de US$ 250 milhões.
Situada no centro de Miami, a estação se estende por quase 1,6 km e possui pistas posicionadas a 15 metros acima do nível da rua para se conectarem com outros transportes públicos já existentes e também elevados.
Três torres altas que estão sendo construídas acima dos trilhos, variando de 15 a 33 andares cada uma, aumentam ainda mais a complexidade do projeto. Quando concluída, a estação oferecerá mais 278 mil metros quadrados de espaços comerciais e residenciais, além de um estacionamento. “O tamanho e a complexidade das tarefas, junto com a enorme equipe de parceiros comerciais, levaram a Suffolk a procurar formas de minimizar o risco de erro”, comentou Christophe Jones, gerente regional de BIM/VDC da empresa.
“Felizmente fomos beneficiados pela visão estrategista de John Planz, vice-presidente da Suffolk, que antecipou as complexidades do projeto desde o início. Ele ponderou as necessidades de técnicas eficazes para controlar todo o trabalho, incluindo as atividades realizadas pelos parceiros para garantir que todos os elementos chave fossem corretamente instalados. E essas questões poderiam ser melhor resolvidas com o uso de uma Estação Total”, analisa Jones.
Como a Suffolk já estava bastante envolvida na modelagem 3D, Jones seguiu a liderança de Planz na busca da solução certa para permitir que eles combinassem duas etapas críticas nos estágios iniciais da obra: o projeto e a implantação. Ele entrou em contato com o escritório de Dallas da GeoShack, que enviou Thad King, seu gerente norte-americano de BIM, para decidir qual a melhor solução junto com a equipe da Suffolk.
Depois de analisar várias opções, em dezembro de 2015, eles receberam uma Estação Total Robótica PS-103 da Topcon. A partir daí, King conseguiu que Jones e seus colegas acelerassem a operação. Então, a empresa estava pronta para colocar a tecnologia em ação.
Parada não programada
Até chegar o momento no qual a empresa fez a opção pela Estação Total, o plano da Suffolk para a implantação do edifício era de modelar primeiro a fundação da estrutura e só, então, posicionar os pontos nos locais necessários. Tudo mudou na AAF com a chegada da Estação Robótica.
“Em vez de realizar o trabalho separadamente, com o uso da Estação Total conseguimos incorporar os pontos para cada uma das famílias do Revit (colunas, blocos, cantos e etc.) no modelo 3D”, comemora Jones. “Transformamos duas etapas separadas em uma só operação extremamente precisa, economizando tempo e dinheiro a todos”.
Igualmente importante para a Suffolk foi a capacidade de usar a PS-103 como uma ferramenta de controle e equilíbrio entre a empresa e todos os parceiros de negócios envolvidos no projeto AAF. Jones cita o exemplo de um problema na execução que afetaria seriamente tanto o cronograma quanto o orçamento, caso não utilizassem a Estação Total.
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“Cerca de três semanas depois de termos comprado a Estação Total, estávamos fazendo o primeiro grande trabalho de concreto no local, com a concretagem de algumas colunas inclinadas que sustentam o deck, que, por sua vez, segura os trilhos do trem. Entre a forma e a ferragem de reforço, descobrimos um erro de posicionamento da malha de 10,6 cm. Usando a PS-103 checamos e detectamos a origem do erro, remarcamos o ponto de concretagem e evitamos uma falha que custaria caro. De fato, a economia pela correção em tempo hábil versus refazer a atividade a posteriori pagou o investimento da Estação Total”.
O colega de Jones, Darren Mercedes, acrescentou que por terem descoberto o erro antes dele ocorrer e agido imediatamente, eles perderam apenas um dia de produção.
“Se tivéssemos continuado poderia ter ocorrido um grande revés para todo o projeto”.
“Mesmo que a estação tenha muito concreto, principalmente de aço, uma coluna estrutural com deslocamento de 10,6 cm significaria que todo o aço pré-fabricado conectado a ela precisaria ser reconstruído ou os engenheiros teriam que alterar o projeto. Além disso, como as colunas estão ligadas ao sistema de parede de cortina, também teria que ser redesenhado, assim como os perfis metálicos que sustentam a laje e as cinco linhas ferroviárias. A detecção do erro no início, graças ao uso da PS103, não só salvou o cronograma de produção, como confirmou que tomamos a decisão correta. Seu impacto foi enorme e continua sendo”, conclui.
À medida que o projeto AAF continua, surgem novos exemplos de como a Topcon PS-103 se tornou parte da operação da Suffolk. Antes de tudo, de acordo com Jones, o instrumento está mudando a maneira como eles praticam o conceito BIM. “Agora, quando estamos construindo o nosso modelo 3D, sentimos que é mais inteligente integrá-lo à Estação Total quando marcamos os pontos”, disse ele. “Não só acelera as tarefas, mas garante maior precisão. Estamos tão fortalecidos em relação a esse conceito que queremos que os nossos parceiros comerciais, ainda sem meios de serem proprietários de uma Estação Total, possam se beneficiar dela. Eles podem colher os bons resultados e todos ficamos seguros. Este tem sido um componente chave no projeto e é, definitivamente, uma ferramenta que usaremos cada vez mais no futuro”, finaliza o gerente regional de BIM .